terça-feira, 8 de julho de 2014

O Primeiro Aniversário


"Festa de 1 Ano" é um tema que sempre vem acompanhado da polêmica: "pra quê, se não vai lembrar?" Mas eu francamente não consigo ver muito sentido nesse argumento. Eu sei que a criança não vai lembrar do primeiro aniversário. É obvio que não. Assim como também não vai lembrar dos milhares de beijos, abraços, apertos e "te amos" recebidos até mais ou menos os 4 anos de idade, e nem por isso a gente vai deixar de dá-los. Sei que a Maya provavelmente não vá lembrar de nenhum dos momentos registrados aqui e aqui mas nem por isso decidi trancá-la numa quarto escuro até que possa se lembrar de alguma coisa. Não me importa o que ela vai lembrar, mas o que ela está vivendo, sendo e experimentando agora. Me importa que de alguma forma ela está assimilando essas experiências e que eu quero proporcioná-la momentos felizes. Mas tenho que concordar entristecida que a felicidade da criança não parece ser o objetivo principal da maioria das festas de aniversário que eu tenho visto por ai.

Vira e mexe eu posto ideias de festa separadas por tema aqui no blog, mas ao contrário do que isso possa fazer parecer, não sou nenhum pouco a favor daqueles megaeventos sociais disfarçados de festinha infantil. Pra mim são como verdadeiros circos armados por pais palhaços que estão quase sempre muito mais preocupados em impressionar os amigos do que em dar um dia especial aos donos da festa. Não que isso seja necessariamente culpa deles. O mercado de festas infantil cresce a cada ano e parece transformar a todo instante o exagero-megalomaniáco-desnecessário-e-supérfluo em item-básico-sem-o-qual-a-sua-festa-será-um-fracasso-social.

Lembro que alguns meses antes do primeiro aniversário da  Maya, comentei com alguns amigos sobre quanto estava planejando gastar na comemoração, e eles riram COPIOSAMENTE da minha cara. Segundo eles, por uma festa meia-boca na capital federal - onde morávamos na época - eu precisaria desembolsar pelo menos 8 vezes mais - e olhe lá! Mas contrariando as expectativas deles, acabei gastando MENOS que o previsto.

Deu trabalho pra caramba, é verdade. Mas quem me dera que todo trabalho do mundo pudesse ser maneiro assim. Eu amo quebrar a cuca pra descobrir formas de executar ideias sofisticadas utilizando materiais baratos ou que já tenho em casa. E saber que era pra minha morena que eu estava construindo aquele pequeno mundinho encantado tornava o exercício ainda mais gostoso. Ficava ate altas horas da madrugada costurando chapéu de chapeleiro maluco feliz da vida.

É verdade que isso demanda tempo e um pouco de gosto por colocar a mão na massa, o que nem todo mundo tem. Mas acho que fica muito mais fácil fazer qualquer coisa quando se tem em mente que pra fazer o verdadeiro dono da festa feliz, é preciso apenas que ela seja feita com amor. Minhas festinhas de aniversario nunca tiveram brinquedos eletrônicos nem aqueles animadores com uma empolgação tão desesperadamente forçada que chega a beirar o ridículo. Meus pais se encarregavam da diversão: minha mãe inventava gincanas malucas com direito a ovo na colher e cara na farinha de trigo em uma festa; meu pai levava o grupo da capoeira que a gente praticava junto com ele na outra, e assim a gente ia. Uma mesa com um bolo, uns docinhos feitos em casa e tava tudo certo! 

E pra falar a verdade, acho que até o bolo você pode dispensar. Faz um piquenique com umas futas e uns pãezinhos. Pede pros convidados levarem comida em vez de presente. Bota a cria pra participar dos preparativos também (na de 1 ano não dá, né? mas a partir dos 3...) Chama os amiguinhos do aniversariante para ajudar na decoração. E relaxa. Nada precisa ficar impecável. Festejar aniversario é celebrar a vida com pessoas QUERIDAS. Se você considera a possibilidade de um convidado sair falando mal da sua festa, não penso que ele seja digno de estar na condição de seu convidado. Risque da lista. É simples assim. A gente é que costuma complicar.

Vão aí algumas fotos do país das maravilhas que eu e algumas pessoas queridas criamos para a Maya no seu primeiro aniversário. Um obrigado especial à minha amiga-irmã Amanda Rodrigues, que me ajudou a arrumar boa parte do salão. Lembro que eu já estava quase entrando em desespero quando ela apareceu na sua bicicletinha pra me dar aquela força e acalmar meu coração. Olha como ficou:

Entrada da festa feita com E.V.A e papel pardo:



Bolo encantado feito pela minha mãe:


Mesa de guloseimas feita com E.V.A, cartolina e rolos de papel higiênico:









Mesa do chá de "desaniversário" feita com coisas minhas ou emprestadas. A única coisa de decoração que comprei pra essa mesa foi o baralho com a foto da Maya - por 15 reais, diga-se de passagem:






Mural de história feito com feltro, jogos da velha e de damas feitos com E.V.A. e cartaz feito com cartolina e feltro pras pessoas deixarem uma mensagem para a Maya: 





Jogo de críquete da Rainha de Copas joga com flamingos e cartas de baralho. E rosas brancas pra pintar de vermelho antes que ela descubra e COOORTE-LHE A CABEÇA!!





Cantinho das fantasias feito com todo amor do mundo pela tia-madrinha da Maya, dona Aline Costa, usando papel contact, E.V.A e móveis da minhas sogra:




Lembrancinhas decoradas também pela titia Aline:


Centro de mesa armengadinho que gastei menos de 5 reais pra fazer:



O verdadeiro objetivo da festa - aquele tipo de coisa que o dinheiro não compra:




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